São em momentos assim que tudo ganha nova cor: a falta de cor.
O sorriso se esconde nos lábios e fica esquecido de tão perdido em lembranças.
O olhar vaga por aqueles lugares, se atêm a cada rosto em busca de um único. Que não está ali.
O pensamento já não pensa de tão triste que está!
O sorriso se esconde nos lábios e fica esquecido de tão perdido em lembranças.
O olhar vaga por aqueles lugares, se atêm a cada rosto em busca de um único. Que não está ali.
O pensamento já não pensa de tão triste que está!
Ah... saudade! Vilã das minhas noites mal dormidas, dos meus dias desconcentrados. Já não sei se hoje é ontem ou se ontem será igual amanhã. Sem você não faz tanto sentido assim. Os dias no calendário já cochicham debochados ao ver eu os contando com os dedos.
Ah, esse tempo! Ele custa quando imploramos ajoelhados para que ande rápido e quando sonhamos com um slow motion, ele acelera as cenas.
...e agora é só tristeza e melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai...
Saudade.. saudade! A minha não tem a beleza de uma bossa-nova que ecoa dos velhos botequins da Lapa. Ou tem?! Tem! Na verdade, é tudo culpa dessa vontade de fazer da vida uma grande história! De fazer até dessa ausência um drama poético que me renderá versos e versos, tristes, confesso.
Mas não faz mal. Saudade é isso mesmo. É um tango argentino; ras_te_jan_te, DRAMÁTICO. Te agarra pela cintura e resta a você, mero sentimental, ceder. Deixe-se levar. Agarre-se também. Isso, desça dessa falsa fortaleza. Feche os olhos, deixe que elas venham.. as lembranças. Sinta. (re)Viva. Sofra. Chore. Mas só por uma música. Ah.. sim, por favor! Duas eu não agüentaria. Doeria demais.
Cansei dos tangos, amor. Dançar com a saudade é triste, você não acredita como ela sabe ser cruel. Venha você e seu samba. Não, não terá que dançar, eu sei que você não sabe, mas se quiser, tem o meu aval. Vem fazer do meu coração só carnaval. Venha você! Malandro, moleque. Solto. Amante, amigo. Com sorriso no rosto.
Pra ver nos seus olhos aquele sentimento tão bem guardado. Pra sentir aquele silêncio que eu tanto quis romper. Pra já não tentar entender.