domingo, 23 de maio de 2010

vivia se escondendo pelos becos escuros da zona sul, sorrindo na farsa da alta sociedade. gozava de mãos dadas ao lado de um homem que não era seu. nada podia chamar de meu. acabou perdeu-se dentro de sim mesma e conheceu os cantos mais profanos de um ego.

até que um dia abriu os olhos e (re)começou.

limpou-se da maquiagem barata dos olhos. buscou sua blusa branca no fundo da gaveta e partiu. jogou meia dúzia de roupas nas costas e bateu a porta de casa num estampido mudo. saiu com cinco pontos finais no bolso. subiu até o décimo andar do prédio espelhado e deixou um por debaixo da porta. era hora de ser forte. nada de beijo, carta, abraço ou amasso. desceu pelas escadas para fazer com que o momento durasse ainda mais e para testar até quantos lances ela desistiria e voltaria atrás. cruzou a rua e virou à direita, seguindo a firmes passos até o fim de uma rua sem saída. sem saída, deixou um ponto no chapéu do menino. para ela, valia muito mais e custava muito mais do que todas as somas de notas que já correram e escorreram ali. até que serpenteou estrada abaixo e parou perto da primeira montanha. os cabelos eram outros. mais curtos e lançados aos ombros, davam movimento ao novo batimento de suavida. bateu na porta e esperou que viesse. suspirou. suspiraram. abriu meio sorriso para que ele completasse a outra metade. e assim o fez. desceu a mão pela cintura e segurou firme os três pontos que ainda restavam...

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Semti

Sempre te senti.
Fosse por perto, com todos os seus beijos, braços, abraços e amassos.
Com toda a sua prosa solta, frouxa, desenvolta, que ia me ganhANDO, CONQUISTando, me per de n do.
Ou fosse de longe, afastados por outros, outras. Por nós mesmos. Era quando eu lembrava das músicas, das conversas sorridas em tardes que só ríamos.

Abafados, os sentimentos sempre viviam afogados nesse mar instável que sempre fomos.
No entanto e com tanto, certo dia eles resolveram vir à superfície.

Foi quando eu senti algo que minha mente, coração, ossos e pulmão ainda não haviam sentido por e com você.
Saudade. Simplesmente, saudade.
Não dessas que vivem bocejando por aí. Não essas que dizem sentir.
Eu senti a saudade.
Pude experimentá-la dominando cada parte de mim.
Senti ela latejando e machucando. Já viveu isso?
Senti os olhos lacrimejarem ao ver que eu estava ali, há alguns dias, sem você.
Senti o coração bater apertado, batendo em mim e querendo rebater todas as lembranças que te carregavam.
Senti a mente não conseguir dormir e, com isso, vi ela acordando tudo o que tínhamos vivido até ali.

Comtudo, depois de (re)viver tudo isso, vi que, sem ti, tudo é saudade.
A partir daí, conti todas as lamúrias para sonhar com o que iria viver com ti.