quinta-feira, 21 de maio de 2009

De (mim) repente (para você)


Sabe, não preciso de grandes momentos para fazer de tudo um grande momento.
Uma conversa versa com um olhar, que, se sorri, ri pedindo abraço.

Olhe, meu bem, o compasso de tudo...
Assim, leve e impreciso. Solto, beirando ao Deus-dará. Sem pressa, sem medo de errar.

Foi assim, sem mais nem menos. Um pouco mais, um pouco menos. Com peculiaridades e gestos simples, que, se vistos com olhos de quem não apenas olha, desvendam aspectos incríveis. Até então, impercebíveis.

Você foi desdobrando-se em um papel que eu não poderia imaginar ser possível em ti. Um alguém muito além de toda a pose. De toda a segurança inabalável que aparenta ter. Um alguém humano, que diz "eu amo" sem se importar com o que sente o outro lado.

Diz eu te amo porque ama. Ama sendo loucamente amado. Ama sem ser amado. Mas ama e isso basta ao coração.

São nesses olhos que eu vejo um vislumbre de felicidade. Ela vem chegando e você mal se deu conta disso. Vem sorrateira. Brincando. Rindo dos contra-tempos que você viveu, dizendo baixinho “tenha calma”.

As marcas do que passou vão além do que se possa ver e, até mesmo, além do que você possa entender. Mas olhe, querido, não é o momento de se perguntar quem, porquê, como, quando e onde, deixe isso comigo, eu o farei em meus rabiscos e ensaios de jornalismo.

É simples. Nem sempre tem que fazer um sentido explícito. Deixo tudo assim.. por entender, por ser entendido (ou não). É nesse encontro que eu te encontro. Ali quando o ponteiro do relógio quase se despede. Na fração de segundo que você deixa de impor para por em vida, toda a vida.

domingo, 10 de maio de 2009

Tempo


Já não te vejo mais.
Nem com os mesmos olhos que um dia tanto souberam te entender.
Nem com o mesmo coração que um dia tanto te quis.
Já não te sinto por perto. Você fez questão de por os tantos mil quilômetros que nos distanciam em questão.
As palavras e promessas se perderam no tempo e o nosso tempo começa agora.
O tempo que vamos dar um do outro, afim de trazer de volta a amizade em sua manifestação mais pura e ingênua.
O nosso tempo juntos, onde éramos mais do que os outros podiam ver, acabou.
Acabou com a mesma efemeridade que começou. Com o mais intenso sentimento que possa existir.
Hoje voltamos a ser o que eles sempre acharam que fossemos. Ou tentaremos voltar a ser.
Difícil depois de tudo o que houve.
Tudo e tanto.
Com amor e pranto.
Bom não te ver, amor. Quem sabe assim o tempo se esqueça de nós dois. Ou eu esqueça de ti.
De ti amor, pois de ti amigo, jamais.
Se é de seu agrado saber se tanto quero assim, não. Esse comportamento tão racional não é tão inerente a mim.
Sou mais coração, não se lembra?
Com choro e vela e com as coisas mais belas. Com todo aquele tom melodramático que sempre fiz para as minhas frustradas histórias de amor.
Mas não me estranhe agora, é preciso que seja assim.
Quem sabe não é dessa forma que tudo deva ser. Assim como sempre foi.
Não, não são palavras minhas. Percebe como soam estranhas partindo de mim?
Mas é disso que me alimento para tentar não pensar no que se passou. Nos dias e noites. Perto e longe.

E agora é cada um.. cada um.. (?)