quinta-feira, 19 de novembro de 2009

20

Foi um contratempo do meu tempo, tão incertamente pré-determinado.
Um atropelo de planos, fazendo, inesperadamente, um novo ainda melhor.
Foi um sorriso certeiro. Um olhar focado e um beijo roubado. Um cheiro. E tudo pareceu parar e recomeçar naquele momento. Tudo vivido até ali passou a bater em compassos descompassados, ao passo que, dali em diante, o coração virou bateria do Salgueiro e a vida parece ter ganhado tempero.

Sem passado e sem futuro, éramos o que queríamos ser: um intenso presente. Um presente que dura o espaço da nossa enorme vontade e que, então, vai se arrastando por um futuro qualquer onde basta nós dois para que o imenso passado de vinte dias seja lembrado.