sexta-feira, 18 de março de 2011

é como se eu só o enxergasse em preto e branco ou em sépia ou em um daqueles tons foscos de photos antigas do álbum encardido de família hippie. nasceu na época errada. e veio na época mais do que certa, para trazer toda a nostalgia de um tempo que não viveu para o seu agora. nasceu para me desencontrar nesse único encontro que é o tempo, esse tempo, o nosso tempo. que tempo?

segue tão descontextualizado da massa e tão perfeitamente certo para esse momento. tão incerto nos encaixes tortos da vida descompassada que andamos traçando. que traçamos desatentos, acreditando que o tempo, simplesmente, não existisse e jamais fosse nos ultrapassar. e nesse ultrapresente as esquinas erradas às vezes se encontram em um encontro-relâmpago, mudo, mas de uma luz que cega. e que parece nos cegar para que não nos coincidamos assim tão cedo de novo. para adiar, mais uma vez, o som, seja o vindo de dentro ou o que vai pra fora.

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