segunda-feira, 14 de março de 2011

agora é como se o sol tivesse mudado de lugar. ele já não te ilumina mais e, assim, também já não me aquece. mas, continua assim, soberano, atravessando raios errados pelas frestas da janela que fechei, que bati num estampido impensado, tão ensaiado na frente do espelho e premeditado ao longo de todas as madrugadas embriagadas que arriscamos na última estação. o calor ainda reverbera esquecido sozinho dentro desse corpo, que anda, para e corre e foge. e como foge. e vai longe, mas não sai do lugar.

é assim como foi e as palavras se calaram. tudo segue mudo, como quem tem medo de errar no que não tem certo ou errado. é como quem anda na ponta dos pés para não acordar aquilo que dorme em sono leve na cama ao lado. um sono leve que por mais que queira dormir pra sempre, espera, inconscientemente, que alguém o desperte e o acorde com um beijo. dizendo, quem sabe, que tudo foi apenas um sonho ruim ou, quem sabe, só mais um sonho de amor.

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